Alimentação saudável como fator de Prevenção do Cancro
“Cancro é o nome atribuído a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos.
Em Cabo Verde, o cancro representa a 3° causa de morte segundo o relatório estatístico de 2018 do Ministério da saúde, representando 67% das mortes. Sendo os tipos mais prevalente nas mulheres (Mama e colo do útero) e nos Homens (próstata e esófago).
A prevenção do cancro engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença.
Os fatores associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença são chamados fatores de risco, podendo ser encontrados no ambiente físico, herdados ou resultado de hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural.
O que muitas pessoas não sabem é que por meio de uma alimentação adequada, prática regular de atividade física e manutenção da gordura corporal em níveis adequados seria possível reduzir em até 30% a probabilidade de se ter cancro.
E quais seriam os alimentos de risco? São aqueles que consumidos de forma excessiva tornam-se altamente inflamatórios, alterando a fisiologia das células. Dentre eles os alimentos ricos em gordura saturada como é o caso dos “fast foods”,bolos industrializados, bolachas recheadas, margarinas, sorvetes, chocolates, bacon, queijos gordos, entre outros. Temos ainda alimentos ricos em açúcar como é o caso de refrigerantes, sumos industrializados, doces e panificarias e leite condensado. Atenção especial deve ser dada também a alimentos ricos em sódio como carnes e peixes de salga, temperos prontos, sopas instantâneas, batatas industrializadas do tipo “chips” e azeitonas.
O consumo de carnes vermelhas deve também ser moderado, não excedendo 500 gramas por semana, deve-se ainda variar a fonte proteica preferindo aquelas mais magras como os pescados ou então de origem vegetal. Já as carnes processadas, por serem ricas em nitritos que no estômago podem ser convertidos em nitrosaminas (substâncias potencialmente cancerígenas), devem também ser limitadas. Portanto atenção ao consumo excessivo chouriços, linguiças, salsichas, fiambre, “frikandel” entre outros. E sempre que possível retire o invólucro que as protege.
Atenção ainda ao método de confecção desses alimentos, o que pode aumentar ainda mais o risco. Por isso deve-se evitar ingerir alimentos parcialmente ou totalmente carbonizados; evitar ingerir alimentos a temperaturas elevadas; escolher recipientes apropriados e tapar os alimentos no micro-ondas de forma a evitar a diminuição do valor nutricional.
O consumo de álcool deve também ser desencorajado, sendo o seu consumo excessivo associado ao número de casos de cancro da boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, vesícula biliar, fígado e intestino.
Por outro lado o consumo de alimentos protetores deve ser estimulado. Uma boa forma é tentar consumir diariamente 5 porções de frutas e legumes. Estes possuem vitaminas, minerais, compostos fenólicos que são antioxidantes e anti-inflamatórios e ainda possuem fibras que diminuem o tempo de contato das substâncias toxicas com o intestino ao acelerarem o trânsito intestinal, tornando-se assim em potentes aliados na prevenção.
Janete Évora – Nutricionista e Membro da Mesa da Assembleia Geral da ADECO